Proibição do uso de celular nas escolas protege nossas crianças

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Nov 22, 2024Por Vagner Araujo [VLR]

Há algum tempo, tratei aqui na coluna sobre a decisão do prefeito Eduardo Paes de proibir o uso de celulares nas escolas municipais do Rio de Janeiro. Agora, o debate avança em âmbito nacional, com a aprovação pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados de um projeto de lei que restringe o uso de dispositivos móveis em todas as escolas do país, públicas e privadas, principalmente para crianças de até 10 anos.

Como pai, vejo a proposta como uma medida necessária. Estudos demonstram que o uso descontrolado de celulares por crianças está associado a problemas preocupantes: acesso a conteúdos impróprios, violência e até apostas. Sabemos que o celular, apesar de seu valor inquestionável como ferramenta de comunicação, também é uma porta aberta para conteúdos e práticas que uma criança, sem a maturidade adequada, não sabe gerenciar.

O projeto vai além da simples proibição do aparelho em sala de aula: inclui a restrição ao porte de celulares para alunos até o final do ensino infantil e primeiros anos do ensino fundamental. Essa norma, aparentemente rígida, tem como objetivo proporcionar às crianças um ambiente escolar voltado ao aprendizado e à socialização, afastando-as de distrações e da ansiedade do uso contínuo de telas. As crianças precisam de interações reais e exercícios físicos para seu desenvolvimento integral.

Certamente, há argumentos contrários. Muitos pais defendem o celular como uma forma de segurança. Contudo, ao pensar nos riscos, torna-se claro que a exposição de uma criança pequena ao mundo digital, sem a devida maturidade, pode trazer mais prejuízos que benefícios. Esse tipo de medida é sobre a introdução controlada e responsável da tecnologia na vida dos nossos filhos.

A proposta não exclui o uso pedagógico dos celulares e prevê exceções para necessidades médicas e de acessibilidade, mostrando-se equilibrada. Nas faixas etárias onde o uso é liberado, ele será regulado para objetivos educacionais, o que pode transformar o aparelho em aliado do aprendizado, ao invés de uma fonte de distração.

O projeto ainda prevê que as escolas abordem os efeitos psicológicos do uso excessivo de telas, capacitando professores a identificar sinais de sofrimento mental entre os alunos. A nomofobia, ou o medo de ficar sem o celular, é um problema real que já afeta crianças e adolescentes, e a conscientização nas escolas será fundamental para ajudar a enfrentá-lo.

Com a implementação da nova lei, espera-se que esta medida se torne uma política de proteção nacional para nossas crianças.

Por Vagner Araújo - Publicado no Jornal AgoraRN